Novembro Vermelho e Branco

Para reconhecer a surdocegueira

Palestra no Alfredo Dub com judoca Giovana Pila integra atividades para criação de data alusiva à condição

Jô Folha -

Fotos: Jô Folha - DP

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Disseminar o conhecimento sobre a surdocegueira para ampliar a rede de tratamento e assistência. Em palestra na Escola Alfredo Dub, a judoca Giovana Pila transmitiu esses objetivos para pais, professores e alunos na tarde do último sábado (26). O evento integra a programação do Novembro Vermelho e Branco, campanha para dar visibilidade às pessoas com a deficiência em todo o Estado. Para fixar a data no calendário brasileiro, profissionais e familiares estão engajados em tornar o 29 deste mês no Dia Nacional da Surdocegueira. Entretanto, é preciso dar o primeiro passo e garantir a criação da data no âmbito municipal.

Nascida em Canoas, Giovana descobriu a surdocegueira na infância e começou a praticar o esporte para vencer a disciplina de Educação Física. Hoje, aos 46 anos, acumula grandes resultados na área: possui mais de 240 medalhas, entre elas a de ouro nos Jogos Parapan-Americanos em 2011, no México, e a de bronze no Campeonato Mundial de Judô, em 2012, na Turquia. Foi também campeã dos Jogos US Open, em 2013, nos Estados Unidos. Para a atleta a conquista desses resultados simboliza a emoção de superar as barreiras e também serve como ferramenta para melhorar as condições das pessoas com a deficiência.

A história de Giovana serviu como inspiração para Cleonice Vieira, 36 anos, mãe da pequena Manuela, 8. "Muito bom poder trocar estas informações, deveríamos ter mais oportunidades como esta para compartilhar nossas vivências", disse sobre a palestra. Ao descobrir a surdocegueira na filha, começou a peregrinação por locais que pudessem atendê-la no município. Entretanto, os atendimentos sempre eram focados em apenas uma das áreas, surdez ou cegueira. Quando conheceu a pedagoga Heniane Aleixo, especialista no tema, a mãe pôde conhecer aulas específicas ao caso. Atualmente, a Escola Alfredo Dub é referência em surdocegueira na Zona Sul.

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O auxílio ao desenvolvimento
Ao lado de Giovana e Manuela, duas profissionais da educação são responsáveis por auxiliar o desenvolvimento de ambas. Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernanda Falkoski comenta sobre a dificuldade de reconhecimento da deficiência no cenário estadual. Segundo a acadêmica, dados atuais apontam que há cerca de 17 surdocegos gaúchos, entretanto, ela aponta que, a partir do cruzamento de bancos de dados, os números podem ainda ser maiores. "Muitos ficam trancados em casa e não há registro como surdocego. Falta compreensão do que é a deficiência e acreditamos que este número possa ultrapassar 200 pessoas", argumenta.

Orgulhosa das conquistas de Manuela, Heniane Aleixo comenta as possibilidades de aprendizagem desenvolvidas desde que conheceu a pequena. "É incrível ver como ela está de hoje recordar de como a conheci", falou durante o relato de desenvolvimento. Conhecendo a condição da criança, disse que as técnicas começaram a ser aplicadas em áreas como atividades diárias - como escovar os dentes, vestir-se - e depois em outras temáticas, como conhecimento de cores, objetos e vocabulário.

Saiba mais
A surdocegueira é a deficiência, em diversos graus, dos sentidos de audição e visão; isto é, o surdocego pode ver ou ouvir em pequenos níveis, dependendo do caso. Para classificar alguém de surdocego é preciso que esse indivíduo não tenha suficiente visão para compensar a perda auditiva, ou vice-versa, que não possua audição suficiente para compensar a falta de visão.

Tipos
- Indivíduos surdos profundos e cegos
- Indivíduos surdos e que têm pouca visão
- Indivíduos com baixa audição e que são cegos
- Indivíduos com alguma visão e audição

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